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quarta-feira, 24 de junho de 2020

Três (das tantas) cartas entre Saramago e Jorjamado

Ótima edição da Cia das Letras, por sinal!

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Comentando sobre as eleições de 1994 -- a brasileira e a do Nobel:

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E falando da quebra do Banco Econômico em 95:

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domingo, 24 de maio de 2020

Fundos de arte, ETFs para tudo, CoCo bonds, o economista dançarino e Alberto Alesina

Das coisas que mais gosto de passar o tempo fuçando são fundos de investimento fora da caixa -- digamos, assim. O FIP Brazil Golden Art, por exemplo, investe em obras de arte plásticas acá: http://www.brazilgoldenart.com.br/Site/Institucional

Um pouco sobre o fundo que tem prazo mínimo de resgate de 5 anos: https://alemdofato.uai.com.br/economia/arte-um-mercado-de-regras-frouxas-atras-de-investidores/

"No ano passado, o fundo da gestora Plural Capital possuía mais de 540 obras de arte de mais de 300 artistas brasileiros. O acervo do fundo era composto por obras de artistas “blue chips” – nomes consagrados no mercado das artes – e “small caps” – artistas emergentes, cujas obras devem valorizar nos próximos anos"

E suas exposições: https://www.select.art.br/pontas-de-lanca/ e https://harpersbazaar.uol.com.br/bazaar-art/brazil-golden-art-e-o-instituto-om-apresentam-a-expo-dialetica/

Foto: Divulgação

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Esses dois permitem dizer que sim:

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Em tempos de juros negativos, os CoCo bonds reaparecem como alternativa. Os contingent convertibles são títulos passíveis de serem trocados por ações da companhia, caso cenários ruins acordados virem realidade -- leia-se dívida cresça muito, por exemplo. São títulos perpétuos e foram criados para que o ônus de um cenário ruim (para abusar do eufemismo), como uma crise bancária, não fique restrito (como nos idos de 2008) e possa ser diluído. Para tamanho risco, a remuneração desses Additional Tier 1 (AT1) é maior: 

"Most CoCos paid a coupon of between 6 and 9 percent in early 2019, roughly double or even triple that of more secure senior bank bonds." (https://www.bloomberg.com/quicktake/contingent-convertible-bonds)

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Os bancos europeus se aproveitaram desse instrumento. Exemplos são os casos do BBVA  e do Deustche:

"So-called additional tier 1 regulatory capital bonds (CoCos) are an especially risky type of debt because the investor bears the losses if the bank fails. As such, it’s notable that Deutsche is self-assured enough to sell them — and people are happy to buy. The new issue announced on Tuesday saw initial talk of a 6.75% coupon reduced dramatically to 6% in the final pricing; the order book was 11 times higher than the $1.25 billion issue size." (https://www.bloombergquint.com/gadfly/deutsche-bank-has-been-let-back-into-the-coco-bond-club)

Para dar uma noção do tamanho do mercado:

CoCos Keep Coming

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O mercado asiático de CoCos continuou levantando dinheiro mesmo durante o coronavírus: https://www.bloomberg.com/opinion/articles/2020-02-27/coronavirus-can-t-stop-the-coco-bond-express-bank-of-china-shows

 "It’s quite a statement to launch a US$2.82 billion foreign-currency perpetual bond (the riskiest type of debt) in the biggest Chinese deal of this type since 2017 — especially when the debt capital markets have hit their quietest period this year on coronavirus uncertainty. 

Bank of China Ltd. achieved this feat on Wednesday, with one of the lowest coupons on record (3.6%) for any bank for this type of issue."

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Por aqui os bancos também se aventuram: https://twitter.com/PedroCerize/status/1264269852367298574

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Uma das melhores histórias que li sobre academia no finado blog Leis da Oferta, em texto escrito pelo Vinicius Carrasco: https://web.archive.org/web/20160512064558/http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/leis-da-oferta/2016/05/06/yuliy-sannikov-medalhista-clark-bates-de-2016/

"Fazendo desse seu job market paper, passou a procurar emprego. À exceção de Stanford (que, como todas as escolas, tem saudável política de não oferecer emprego direto a alunos), todas as escolas lhe fizeram oferta. Escolheu ir para Berkeley por uma razão inusitada: seu par de dança estava na Bay Area. Sim, Yuliy Sannikov é dançarino profissional de salão (ball dancer). Queria continuar competindo e precisava manter a parceira… De Berkeley, foi para a escola de Finanças da NYU, passou um tempo em Harvard como professor visitante e, desde 2008, é professor titular em Princeton."  

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terça-feira, 19 de maio de 2020

Investimento para cinéfilos -- Funcines e o valuation do Mubi

Os funcines são fundos que investem nas variadas atividades relacionadas ao mundo audiovisual, desde comercialização de filmes até salas de cinema. Foi criado em meados dos anos 2000 para diversificar as formas de fomento ao setor, antes restrita aos CAVs (Certificado de Investimento Audiovisual -- que a CVM tem tentado simplificar: http://www.cvm.gov.br/noticias/arquivos/2020/20200325-1.html).

O objetivo era alcançar a pessoa física, mas pelo jeito foram as empresas que toparam, atraídas pelo benefício da renúncia fiscal -- coisa que daria no IRPF também: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi0407200514.htm

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Nessa reportagem da Capital Aberto de 2004 (https://capitalaberto.com.br/edicoes/bimestral/edicao-14/cinema-na-prateleira-dos-fundos/) dá pra ter uma noção do começo desse assunto. Os primeiros bancos a ingressarem no campo foram o BB, o Bonsucesso (atual Bs2) e a gestora Rio Bravo; e pensavam alto na captação. O modelo francês serviu de inspiração com os Soficas (Sociétés de financement de l’industrie cinématographique et de l’audiovisuel -- https://www.cnc.fr/professionnels/aides-et-financements/multi-sectoriel/production/les-sofica_759536), que é bem estruturado: https://www.cnc.fr/documents/36995/1062654/Liste+des+SOFICA+agr%C3%A9%C3%A9es+en+2019+pour+les+investissements+de+2020.pdf/34610765-e14e-cc66-659f-4c0c29302e4c

O funcine da Lacan foi o que achei mais infos -- entre elas, ter investido no filme do Mussum: https://www.lacaninvestimentos.com.br/funcine-rio-um   

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O Mubi, plataforma de streaming que sempre troca sua carta de filmes -- cada qual fica um mês disponível --, foi avaliado em USD 125 milhões em valuation de 2016, antes de se aventurar na China: https://www.businessinsider.com/mubi-indie-movie-streaming-startup-worth-125-million-as-it-moves-into-china

MUBI – conheça a plataforma streaming de filmes clássicos, cults e ...

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Lendo, vendo e escutando nesse meio de maio de 20

Se eu tivesse lido esse artigo do Marcos Lisboa escrito após a morte do Kenneth Arrow antes de entrar na faculdade, minha graduação teria sido outra. Uma aula introdutória ao que a economia esteve estudando em mais de século: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2017/04/1879642-kenneth-arrow-e-a-revolucao-de-um-nobel-na-economia.shtml?origin=folha

Cabe Walras, Ramsey, Hicks, Keynes, Samuelson, Friedman e mais um time completo.

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Aliás, em momento como esse, Arrow falando sobre o que pensava de um programa de saúde nos moldes do Obamacare -- na verdade, comparando o modelo americano com demais universais: https://www.youtube.com/watch?v=EtYiVcpE1HE

E o Nexo explicando, por meio de sabores de sorvete, o teorema da impossibilidade dele: https://www.youtube.com/watch?v=849u239O5yo

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Aliás, esse vídeo sobre o Jacob Palis é interessante também: https://www.youtube.com/watch?v=0pBsKsroNUI. E fechando os assuntos matemáticos-"puros", acabei revisitando o obituário do Alexander Grothendieck na Piauí: https://piaui.folha.uol.com.br/materia/a-voz-das-coisas/

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Descobri só hoje o Medium do Rodrigo Peñaloza, gostei bastante dessa abordagem microeconômica sobre a Lei Pelé (me lembrou das aulas de Micro 4, com Schumpeter e tudo) : https://medium.com/@milesmithrae/microeconomia-contra-a-lei-pel%C3%A9-rodrigo-pe%C3%B1aloza-10-iv-2016-84740de6ee45

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Merton, Samuelson e Solow contando onde investiam o dinheiro deles (não vá esperando uma sessão de coach financeiro!): https://www.youtube.com/watch?v=-HrTD5J2qP0 

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Esse NPR é muito bom!: https://www.youtube.com/watch?v=-vLoM-EqWq8&t=485s

Aliás nº1, no Annual Report dá pra ver quem os financia, por meio de filantropia ou patrocínio corporativo (imagino que seja um eufemismo pra renúncia fiscal). Tem de Morgan Stanley a Jazz at Lincoln Center, passando por New Yorker e Harvard Business School: https://www.npr.org/documents/about/annualreports/2019_Annual_Report.pdf

Aliás nº 2, parte das receitas deles vêm de investimentos: "The NPR Foundation provides funding for NPR's operations, drawing on earnings from funds that include the 2003 bequest from Joan B. Kroc. In addition, NPR earns revenue on its short and long-term investments" (https://www.npr.org/templates/story/story.php?storyId=178660742)


Aliás nº3, é uma quantia bastante considerável:


domingo, 3 de maio de 2020

Títulos públicos e bancos estaduais - 90's style

Já vinha querendo escrever um pouco sobre títulos públicos emitidos no Brasil, que não só pelo Tesouro Nacional. Lendo uma notícia da Bloomberg (https://www.bloomberg.com/news/articles/2020-05-03/world-s-oldest-central-bank-hits-legal-roadblock-in-crisis-fight), me veio o senso de deixar a preguiça ao lado, mesmo nessa manhã de domingo, e colocar no papel -- mesmo que virtual.

O Banco Central sueco (Riskbank), o mais antigo do globo com 352 anos nas costas, vem enfrentando dificuldades legais para colocar em prática algumas das saídas para conter os impactos do covid-19. Eis que essa é a distribuição de bonds no mercado no país; e o que chamou a atenção foram as municipal bonds:

relates to World’s Oldest Central Bank Hits Legal Roadblock in Crisis Fight

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Coisa que aqui em solo brasileiro, parece realidade distante:


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Em 2011, bem que o Rio tentou, na sanha de colocar uma Olimpíada de pé. O prefeito carioca à época, Eduardo Paes, enviou à presidente Dilma um pedido para lançar títulos públicos municipais no mercado, no valor de US$ 500 milhões; as Olympic bonds como contava o FT: Rio eyes ‘Olympic bonds’ to fund 2016 games -- https://www.ft.com/content/f17ca596-28d7-11e0-aa18-00144feab49a

Seriam os primeiros títulos municipais em mais de década, já que tinham sido proibidos nos anos 90, na tentativa de estabilizar a economia e conter a hiperinflação e os elevados níveis de dívida -- o primeiro deu certo, o segundo...

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Cheguei num artigo do meu antigo professor de Macroeconomia I, Lopreato. Basicamente, num resumo do O endividamento dos governos estaduais nos anos 90 http://www.eco.unicamp.br/images/arquivos/artigos/513/05-Lopreato.pdf:

"Os estados, principalmente os de maior poder econômico (SP, MG, RS e RJ), lançaram títulos da dívida mobiliária e usaram os bancos estaduais no carregamento daqueles com dificuldades de colocação no mercado." 

Não apenas esses listados entraram na dança, como mostra a tabela abaixo:


Abaixo é possível ver o papel dos bancos estaduais nessa história -- pra quem tem em mente camisas de times, pensar no Banrisul e não se lembrar das listras do Grêmio é associação difícil de não ser feita: 

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Por fim, com o fim dos anos 90 e 2000, um resumo do que viraram os bancos estaduais (https://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/contas-publicas/contexto/na-decada-de-90-a-genese-da-divida-publica.aspx):


quinta-feira, 30 de abril de 2020

International jazz day in da house

30 de abril é o dia do Jazz pela Unesco. Esse ano tem sido de casa: https://www.youtube.com/watch?v=C54ape_UfwY&feature=emb_title

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Um dream team pra lembrar de quando podíamos andar por aí: Milton, Hancock, Shorter e Spalding dividindo um palco de Istanbul nesse mesmo dia em 2013: https://www.youtube.com/watch?v=kDglpZH1j-c

Aliás, Istanbul tem um dos grandes festivais do gênero no mundo -- e é o que mais tenho vontade de ir, na frente (e bem na frente) de Montreaux ou New Orleans. O site deles é muito completo, tem encartes de darem água na boca de todas as edições: https://caz.iksv.org/en.

O principal parceiro do İstanbul Kültür Müzik - İKSV é o braço turco do BBVA (Banco Bilbao Vizcaya Argentaria), o Turkiye Garanti Bankasi.

International Jazz Day | April 30, 2020

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Matérias da Piauí para reler na quarentena

Talvez as três matérias que mais gostei de ler nas tantas edições que devorei da Piauí. Lá vão:

ESPERANDO JOÃO
A parceria complicada entre o banqueiro Daniel Dantas e o inventor da bossa nova https://piaui.folha.uol.com.br/materia/esperando-joao/

Descobri pela reportagem a compra dos direitos autorais dos álbuns de João Gilberto pela EMI-Odeon, atual Columbia, pelo Banco Opportunity, de Daniel Dantas. É um enredo complicado de se imaginar, mas a realidade nos prega peças. Pela matéria também conheci a área de Litigation Finance.

"Aos acordes da flauta de Nicolino Copia, o Copinha, segue-se a batida do violão de João Gilberto, acompanhada de sua voz: Vai, minha tristeza, e diz a ela que sem ela não pode ser… Quando a canção Chega de Saudade, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, gravada na velha fita de acetato de celulose, rodou no gravador analógico do estúdio de masterização, o engenheiro de som André Dias e Daniel Jobim, neto de Tom, choraram. Aquele som límpido e cristalino era a reprodução original da canção gravada por João Gilberto em 1958, ainda em 78 rotações, que fora incorporada ao disco Chega de Saudade, lançado no ano seguinte pela gravadora Odeon."

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PÁTRIA E MORTE 
Notas e correspondências deixadas por kamikazes japoneses na Segunda Guerra Mundial https://piaui.folha.uol.com.br/materia/patria-e-morte/

Dos escritos mais bonitos e comoventes que já li. A face humana da guerra por soldados trilhando o caminho da morte.

"2 de junho_Acabo de ouvir a Nona de Beethoven. Me tocou profundamente. Intensificou meu desejo de ler livros."

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ONZE BILHÕES DE REAIS E UM BARRIL DE LÁGRIMAS 
Luis Stuhlberger, o zero à esquerda que achava que nunca seria alguém, construiu o maior fundo multimercado fora dos Estados Unidos e, no meio da crise, deu mais uma tacada https://piaui.folha.uol.com.br/materia/bilhoes-e-lagrimas/

Um dos maiores gestores brasileiros de forma límpida.

"No meio que eu freqüentava, se fosse apontar quem se destacaria, eu era a última pessoa para quem você olharia. Eu não era escolhido para nada."

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Debate Insper/piauí: Fernando Haddad x Marcos Lisboa - YouTube

Fundos de investimentos futebolísticos - 2º tempo: Milan&Elliot

O Milan do trio holandês Van Basten&Gullit&Rijkard (vide abaixo, trajados de rossonero) todo mundo que teve um mínimo de contato com...